A diversidade na TV e cinema é uma questão que dá margem para discussões profundas. Ela passa pela representatividade de diferentes grupos sociais nas telas, criando, atuando e assistindo a tramas que apresentem ideias que dialogam com sua realidade, não visões preconcebidas e estereotipadas.
É curioso notar que o audiovisual, principalmente pelas grandes produções que atingem milhões de espectadores ao redor do mundo, tem o poder de criar padrões de comportamento. Assim, ao não incluir esses grupos de indivíduos nas obras, ele atua, mesmo que não intencionalmente, para inviabilizá-los, o que lhes tira a liberdade de expressão. Felizmente com o avanço, ainda pequeno, dos diálogos em relação a diversidade no entretenimento, algumas pessoas contribuem para a quebra de estigmas e rótulos antigos e que não condizem com a realidade social que vivemos.
Para a diretora de casting Erika Slama, a necessidade de mostrar pessoas de todos os perfis é uma realidade no mercado: ‘’Há mais de 20 anos no mercado, eu sempre busquei todo tipo de perfil para meus trabalhos, mas havia sim limitações em relação a muitos padrões pré-definidos, limitações que fomos combatendo e hoje temos uma maior liberdade em fazer este trabalho de um jeito muito mais real. Não trazer diversidade para o cinema, tv, publicidade é como viver em uma caixinha e não ver o que está nas ruas, o que faz parte do mundo real’’ disse a profissional que já trabalhou para empresas como Nestlé, Samsung e Netflix.
A falta de diversidade não é um problema restrito à indústria cinematográfica ou do entretenimento. Trata-se do reflexo de estruturas de preconceito que permeiam toda a sociedade. Logo, debater o tema vai bem além de questões artísticas, transformando-se em um ato político.